11 de abril de 2014

A fotografia



(Jaqueline Julia Pinto, Luana Silva e Jefferson Marques)

                Certa vez, perguntei a Willian quando eu iria conhecer sua família, pois já haviam três meses que estávamos namorando. Ele respondeu um tanto perturbado:
            - Minha família não é como outra qualquer que está acostumada a ver....
            - Mas Will, sou sua namorada, preciso conhece-los! – exclamei já irritada.
            Então, depois de alguns segundos de silencio, Willian deu um sorriso sarcástico e, virando seu olhar em minha direção de forma sedutora e misteriosa, disse:
            - Que tal hoje à noite?
            - Hoje? É sério? – perguntei um tanto espantada com a repentina mudança de decisão dele.
            - Sim. Por que não hoje?
            Quase sem entender nada, acabei aceitando o convite, achando que que não passava de uma brincadeira dele e então nos despedimos. Assim que a noite caiu, me arrumei, mesmo acreditando que era apenas uma brincadeira para continuar enrolando, mas como eu não podia perder esta suposta oportunidade me aprontei.
            Quando comecei a pensar que ele realmente não viria, a campainha tocou. Eu não sabia o porquê, mas pela primeira vez me assustei com o tocar da campainha, tudo parecia silencioso para somente o som dela soar pela casa. Ao atender a porta, me deparei com Willian, de terno. Seu jeito era tão misterioso que comecei a sentir um certo medo do que viria a acontecer. Fiquei em silencio o caminho todo.
            - Diga-me Lucia, você queria tanto conhecer minha família, mas agora que irá conhece-la não mostra entusiasmo.
            - Hum... é porque acho estranho você me levar para conhece-los assim.... do nada.
            - Olha, quero deixar claro, nós vamos, você conhece todos eles, jantamos e depois vamos embora.
            - Will, o que há de tão estranho assim com eles?
            - Vamos... – respondeu olhando para o chão e acelerando o passo.
            A caminho da casa percebi que as mãos dele transpiravam muito e seu rosto um tom pálido, de modo tão misterioso que aumentava ainda mais meu medo. Quando chegamos à frente da casa, fiquei paralisada, pois a minha frente via uma casa tão assustadora e estranha como em um filme de terror. Pensei em mudar de ideia e ir embora, mas como já estava ali, decidi seguir em frente e não podia perder tal oportunidade.
            Entramos. Tudo o que vi foi pessoas toda de preto, sentadas na sala a minha espera, em pleno silencio, apenas olhando fixamente para a porta. Um olhar frio e arrepiante. Willian puxou conversa me apresentando a todos, seus pais e suas duas irmãs, seus tios e avó. Sem mais delongas, começamos a jantar. Comecei a observar a casa atentamente. Por dentro ela era bem mais bonita, coisas extremamente organizadas, comportavam-se como se fizessem parte de alguma realeza. O silencio se manteve por todo o jantar, apenas uma pergunta foi feita pelo pai de Willian:
            - Seus pais sabem que você veio jantar conosco Lucia?
            - Não tive tempo de avisa-los. Não moro com eles e Will me pegou de surpresa com o convite hoje à tarde.
            - Hum... interessante.
            Depois desse comentário, fiquei verdadeiramente assustada e com muito medo. Segurei firme a mão de Willian. Então ele me puxou para um canto da sala, depois do jantar e perguntou:
            -Você está bem?
            - Estou um pouco assustada...
            - Calma, logo iremos embora. Deixe-me ter uma última conversa com minha mãe.
            Logo depois que Willian conversou com sua mãe, decidi quebrar um pouco o silencio que pairava pela sala:
            - Que tal tirarmos uma foto de todos antes de irmos embora?
            Não sei até hoje, de onde tirei aquela ideia da foto. Eu estava tão assustada, que acabei por ter aquela ideia, que depois acabou explicando toda aquela situação e o porquê de Wiilian não querer que eu fosse a sua casa.
            Todos se juntaram próximos ao sofá para a foto, enquanto o pai de Willian arrumava a câmera. Pensei comigo mesma: “Eles mais pareciam estatuas naquele sofá.”. Então tiramos a foto e quando olhei para ela fiquei tão apavorada que mal podia respirar: na foto apenas apareciam os móveis e eu... eles não.

10 de abril de 2014

Sonhos de inverno

Em doces sonhos de inverno
Imagino o sutil toque de tuas mãos
A melodia de tuas palavras
A poesia de seu sorriso
E o abraço de teu olhar.
Penso e repenso
Cenas de um amor
Verdadeiro e sincero,
No sentimento que brota
Como uma flor na primavera.
Será que o tempo
Um dia me presentiará
Com esses sonhos de inverno?