(Jaqueline Julia Pinto, Luana Silva e Jefferson Marques)
Certa vez,
perguntei a Willian quando eu iria conhecer sua família, pois já haviam três meses
que estávamos namorando. Ele respondeu um tanto perturbado:
-
Minha família não é como outra qualquer que está acostumada a ver....
-
Mas Will, sou sua namorada, preciso conhece-los! – exclamei já irritada.
Então,
depois de alguns segundos de silencio, Willian deu um sorriso sarcástico e,
virando seu olhar em minha direção de forma sedutora e misteriosa, disse:
-
Que tal hoje à noite?
-
Hoje? É sério? – perguntei um tanto espantada com a repentina mudança de
decisão dele.
-
Sim. Por que não hoje?
Quase
sem entender nada, acabei aceitando o convite, achando que que não passava de
uma brincadeira dele e então nos despedimos. Assim que a noite caiu, me
arrumei, mesmo acreditando que era apenas uma brincadeira para continuar enrolando,
mas como eu não podia perder esta suposta oportunidade me aprontei.
Quando
comecei a pensar que ele realmente não viria, a campainha tocou. Eu não sabia o
porquê, mas pela primeira vez me assustei com o tocar da campainha, tudo
parecia silencioso para somente o som dela soar pela casa. Ao atender a porta,
me deparei com Willian, de terno. Seu jeito era tão misterioso que comecei a
sentir um certo medo do que viria a acontecer. Fiquei em silencio o caminho
todo.
-
Diga-me Lucia, você queria tanto conhecer minha família, mas agora que irá
conhece-la não mostra entusiasmo.
-
Hum... é porque acho estranho você me levar para conhece-los assim.... do nada.
-
Olha, quero deixar claro, nós vamos, você conhece todos eles, jantamos e depois
vamos embora.
-
Will, o que há de tão estranho assim com eles?
-
Vamos... – respondeu olhando para o chão e acelerando o passo.
A
caminho da casa percebi que as mãos dele transpiravam muito e seu rosto um tom pálido,
de modo tão misterioso que aumentava ainda mais meu medo. Quando chegamos à
frente da casa, fiquei paralisada, pois a minha frente via uma casa tão
assustadora e estranha como em um filme de terror. Pensei em mudar de ideia e
ir embora, mas como já estava ali, decidi seguir em frente e não podia perder
tal oportunidade.
Entramos.
Tudo o que vi foi pessoas toda de preto, sentadas na sala a minha espera, em
pleno silencio, apenas olhando fixamente para a porta. Um olhar frio e
arrepiante. Willian puxou conversa me apresentando a todos, seus pais e suas
duas irmãs, seus tios e avó. Sem mais delongas, começamos a jantar. Comecei a
observar a casa atentamente. Por dentro ela era bem mais bonita, coisas
extremamente organizadas, comportavam-se como se fizessem parte de alguma
realeza. O silencio se manteve por todo o jantar, apenas uma pergunta foi feita
pelo pai de Willian:
-
Seus pais sabem que você veio jantar conosco Lucia?
-
Não tive tempo de avisa-los. Não moro com eles e Will me pegou de surpresa com
o convite hoje à tarde.
-
Hum... interessante.
Depois
desse comentário, fiquei verdadeiramente assustada e com muito medo. Segurei
firme a mão de Willian. Então ele me puxou para um canto da sala, depois do
jantar e perguntou:
-Você
está bem?
-
Estou um pouco assustada...
-
Calma, logo iremos embora. Deixe-me ter uma última conversa com minha mãe.
Logo
depois que Willian conversou com sua mãe, decidi quebrar um pouco o silencio
que pairava pela sala:
-
Que tal tirarmos uma foto de todos antes de irmos embora?
Não
sei até hoje, de onde tirei aquela ideia da foto. Eu estava tão assustada, que
acabei por ter aquela ideia, que depois acabou explicando toda aquela situação
e o porquê de Wiilian não querer que eu fosse a sua casa.
Todos
se juntaram próximos ao sofá para a foto, enquanto o pai de Willian arrumava a câmera.
Pensei comigo mesma: “Eles mais pareciam
estatuas naquele sofá.”. Então tiramos a foto e quando olhei para ela
fiquei tão apavorada que mal podia respirar: na foto apenas apareciam os móveis
e eu... eles não.